ESTUDOS

www.depressao.poderdosfracos.com

Eduardo Reche Bertolini, Michele Hidemi Ueno Guimarães,
Renato Chiavassa e Teresa Genesini

Tutoria: Elza Mendonça de Macedo


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Introdução

      Vivemos, atualmente, em uma sociedade na qual as diversas possibilidades de sofrimento que afligem o ser humano são enquadradas em categorias diagnósticas. A medicina psiquiátrica propõe uma cura para esses males por meio de remédios. O diagnóstico é popularizado pelos meios de comunicação: a mídia é inundada por artigos sobre os novos sintomas da contemporaneidade. Também anúncios de novos medicamentos para tratar tais sintomas. Nossos filhos não são mais peraltas, são hiperativos. Os alunos não são mais distraídos, têm déficit de atenção. Já não ficamos tristes, e sim depressivos. A conseqüência disso é a proliferação do uso de medicamentos, inclusive nas crianças.
      Termos como bipolaridade, depressão, anorexia, entre outros, estão cada vez mais na boca do povo. Temos diagnósticos à vontade, para todos os gêneros e gostos. Basta fazer um teste disponível em uma revista de grande circulação para saber se você sofre de depressão, de transtornos de humor, ou se possui um distúrbio alimentar e qual a sua intensidade. Não nos surpreenderemos se as pessoas começarem em breve a se apresentarem desse modo: “Bom dia, meu nome é Márcia. Tenho 25 anos e sou bipolar há seis”. No site de relacionamentos orkut, por exemplo, vemos isso acontecer. Encontramos em diversas comunidades temas relacionados a diagnósticos psiquiátricos: “Depressão” (15950 membros), “Eu tenho transtorno bipolar” (6052 membros), “Transtorno de Ansiedade Social” (1042 membros), “Timidez e depressão” (18234 membros), “Anorexia / Bulimia” (4744 membros), “Eu tenho déficit de atenção” (1848 membros), “TOC” (4003 membros), “Eu sou maníaco depressivo” (1653 membros), “Síndrome do pânico” (3860 membros), “Comer é um vício, liberte-se” (2184 membros) ou “Deprimidos com a vida” (2730 membros). Esses dados foram colhidos em setembro de 2007, quando iniciamos este trabalho. Ao final, um mês depois, constatamos um aumento nesses índices, sendo que a comunidade “Depressão” já contava com quase 18 mil membros. O que une essas pessoas em tais comunidades? O que as faz se autodenominarem “depressivas”, “bipolares”, “bulímicas” e, desse modo, relacionarem-se com o mundo e outras pessoas, a partir desse significante que pretensamente as nomeia? O que, nesse caso, faz laço social?
      A partir dessa idéia de uma sociedade estruturada em grupos, decidimos pesquisar no site de relacionamentos orkut e, entre as diversas comunidades encontradas, escolhemos a da depressão, uma vez que o tema tem sido cada vez mais comentado nos meios de comunicação, que divulgam uma verdadeira epidemia de depressão em nossa sociedade. Para Jorge Forbes1, trata-se de uma “euforia depressiva”. Segundo o autor, a depressão está em todo lugar não porque temos meios mais eficazes de diagnosticar, mas porque os tempos atuais são mais propícios à covardia moral. Uma vez que a medicina propõe remédio para tudo, para que se arriscar, lançando-se à incerteza da vida?
      Lançamos a pergunta: Seria esse medo de viver, a conseqüência da depressão ou a causa dela? Lacan2 chama a depressão de covardia moral, quando o sujeito recua frente a seu desejo. “Depressão, nesse contexto, é o novo nome do velho medo, da insegurança, da dúvida... da dor de cotovelo, eternas doenças do homem”.3
      Resta então, àquele que recua frente a seu desejo, somente a depressão e a queixa. É o que encontramos em diversos tópicos nas comunidades estudadas. Pessoas se queixando de sua “doença”, das outras pessoas que não as compreendem, da injustiça do mundo e da sociedade, enfim, da dor de viver.
Visando ter uma amostra do panorama dos novos sintomas da contemporaneidade, fizemos um recorte nas comunidades do orkut.

O orkut e as relações virtuais

      O orkut é um serviço de relacionamentos on-line, implementado em 2004 pelo Google. Batizado com o nome de seu criador, Orkut Buyukkokten, engenheiro turco que trabalha no Google, o orkut oferece um espaço virtual de encontro que permite aos usuários ampliar seu círculo de relacionamentos e conhecer pessoas que compartilhem os mesmos interesses.
      Encontramos no site orkut a seguinte definição:

O orkut é uma comunidade on-line criada para tornar a sua vida social e a de seus amigos mais ativa e estimulante. A rede social do orkut pode ajudá-lo a manter contato com seus amigos atuais por meio de fotos e mensagens, e a conhecer mais pessoas.
Com o orkut é fácil conhecer pessoas que tenham os mesmos hobbies e interesses que você, que estejam procurando um relacionamento afetivo ou contatos profissionais. Você também pode criar comunidades on-line ou participar de várias delas para discutir eventos atuais, reencontrar antigos amigos da escola ou até mesmo trocar receitas favoritas.
Você decide com quem quer interagir. Antes de conhecer uma pessoa no orkut, você pode ler seu perfil e ver como ela está conectada a você através da rede de amigos. ...
Nossa missão é ajudá-lo a criar uma rede de amigos mais íntimos e chegados. Esperamos que em breve você esteja curtindo mais a sua vida social.
Divirta-se.4

      Inicialmente, para se cadastrar no orkut, era necessário um convite de outra pessoa que já participasse da rede. Hoje em dia não existe mais essa obrigatoriedade, o que permite ainda mais a expansão do serviço.
      Não encontramos no site nenhuma informação sobre o número atual de usuários do orkut. Tivemos acesso apenas a alguns dados demográficos: 60,56% do orkut têm entre 18 e 25 anos. O Brasil ocupa o lugar de destaque, com 53,30% dos usuários. Estados Unidos e Índia vêm em seguida, com respectivamente 18,97% e 15,99% de usuários.
      Uma vez cadastrado no orkut, o usuário começa a construir sua rede de amigos. Existem ferramentas que permitem a busca de pessoas pelo nome ou por outros tipos de dados, como cidade, estado civil, orientação sexual, etc.
      Outra característica importante é permitir ao usuário conhecer e conversar com pessoas que compartilhem os mesmos interesses que ele.
Nessas comunidades podem-se criar tópicos de discussão, onde os membros podem postar suas opiniões sobre os assuntos em pauta, discutir, fazer amizades ou marcar encontros.
      Há três anos, o orkut está incorporado ao cotidiano do brasileiro. Telefonemas e mesmo e-mails vêm sendo substituídos por scraps (recados) deixados no orkut. Atualmente verifica-se um aumento vertiginoso do tempo em que os brasileiros passam em frente ao computador. Uma pesquisa mencionada por Ruy Castro, na Folha de São Paulo, revelou que, a cada 30 dias do mês, o brasileiro passa em média, um dia inteiro navegando, superando o internauta americano, que passa 19 horas e 52 minutos, o japonês, 18 horas e 41 minutos, além do alemão, 18 horas e 7 minutos. Quais seriam os motivos? “... ou os americanos, japoneses e alemães têm mais o que fazer, ou nossa apaixonada adesão à internet fará com que, em pouco tempo, os superemos em tecnologia, pesquisa, jornalismo download e compras, que compõem a internet para adultos.”5 O autor menciona outra pesquisa que afirma que, os jovens brasileiros têm trocado atividades tais como esportes, dormir, ler livros, sair com amigos, bater papo no telefone, namorar, ir à praia, cinema, teatro e estudar por navegar na internet (ibid).
      Seria esse um fenômeno característico da contemporaneidade? Em que as transformações ocorridas na sociedade, nos últimos tempos, podem nos ajudar a entender o aumento maciço das relações virtuais? O fato é que se trata dos novos laços sociais.
      Para Zygmunt Bauman6, estamos presenciando a acelerada “liquefação” das estruturas e instituições sociais. A modernidade anterior, “sólida” regida por laços estáveis e estruturas sociais verticalizadas, dá lugar a uma modernidade “líquida”, onde as estruturas e os laços sociais não conseguem se manter por muito tempo; são fluidos, instáveis, mais efêmeros e menos duradouros. Nessa sociedade, nada permanece, nada é certo ou definitivo: celebridades são relegadas ao anonimato, novidades se tornam velhas e descartáveis, grandes empresas e corporações vão à falência ou são engolidas por outras mais poderosas, carreiras promissoras desaparecem de uma hora para outra, softwares caríssimos se tornam obsoletos e são substituídos por outros em pouco tempo.
      Se na era industrial, as relações amorosas tinham o ideal de serem eternas, os casamentos eram para a vida toda, hoje, na globalização, um relacionamento amoroso é como qualquer outro produto: é facilmente descartado quando não se está mais satisfeito com ele. Ao mesmo tempo em que o homem se sente aliviado pela quebra da rigidez dos vínculos, sente-se também angustiado porque não encontra mais a suposta segurança de que antes dispunha.
      Bauman acredita que, ante a fragilidade dos relacionamentos, as pessoas estão privilegiando a quantidade ao invés da qualidade. Assim, multiplicam-se e acumulam-se relacionamentos, buscando-se a salvação nas redes, “cuja vantagem sobre os laços fortes e apertados é tornarem igualmente fácil conectar-se e desconectar-se [...]”7. Não há um exemplo melhor de tal afirmativa do que o orkut, onde se pode facilmente acumular “amigos” (ou se desfazer deles) com um clique de mouse. O que nos faz questionar se todas as relações virtuais seriam realmente efêmeras e descartáveis. Os chamados “orkontros”, encontros organizados no “mundo real” por membros de comunidades do orkut estão aí para desmentir, ou pelo menos relativizar tal afirmação. Amizades profundas e relacionamentos amorosos duradouros também surgem no orkut, contrariando as afirmações dos pessimistas de plantão. No mundo todo, protestos têm sido organizados através da Internet, reunindo milhares de pessoas. Um exemplo é a Petição pró-células-tronco embrionárias, assinada por quase 40 mil internautas. Acreditamos que a tecnologia pode ser boa ou ruim, o que vai definir será o uso feito dela.

 A identidade, o lugar e o laço

      A questão que se impõe: qual a natureza dos laços estabelecidos no orkut?
      Uma leitura do conceito de laço a partir dos dicionários seria de um “nó corredio facilmente desatável.”8 É nesse sentido que Miller trabalha no curso “O Lugar e o Laço”, falando da fragilidade dos laços e da dificuldade do sujeito em estabelecê-los e sustentá-los. Tudo isso o levou a dizer que há sempre um rasgo, um rompimento possível implícito em cada laço social.9
      Miller revela a importância de se trabalhar indo além de uma compreensão pura e simples de senso comum, enfatizando a importância de não ficarmos capturados pelos significados das palavras, dos sentidos e das significações. Ele aborda o conceito de laço a partir da afirmação de Lacan de que a inexistência da relação sexual seria da ordem do real. É justamente a impossibilidade de se atingir a completude que leva à necessidade de articular o laço social (ibid).
      A globalização é marcada pelo esmaecimento das fronteiras. O orkut é uma decorrência desse fenômeno, considerado um lugar virtual, onde a geografia não interfere. Através do orkut o usuário está potencialmente conectado a milhares de pessoas de qualquer lugar do mundo. Eles podem ter um lugar de pertencimento, seja estar inserido numa comunidade virtual relacionada à arte, à culinária, à depressão, à psicanálise, etc.
      Ter um título ou um nome permite a esses sujeitos serem colocados em algum lugar, o que lhes é essencial. Eles precisam ser aceitos, portanto precisam de um lugar que os aceite e sentem-se apaziguados quando podem dizer: eu sou isso ou eu sou aquilo. Lacan vai dizer em seu último ensino que a nominação é problemática. Mas por quê? “Porque a nominação é uma suposição. É a suposição do acordo do simbólico e do real. É a suposição que o simbólico concorda com o real, e portanto que o real está em acordo com o simbólico”10. Se não consideramos este acordo “então é preciso um ato. Este ato não pode ressaltar senão o ponto de estofo maior que é o Nome do Pai”. Por esta razão, Lacan vai dizer “o pai do nome, o pai nomeador, aquele que assume o ato da nominação, e por isso mesmo que liga o simbólico e o real” (ibid).
      O pai, em sua função de nomeação, inscreve e ao mesmo tempo barra o sujeito em seu gozo. Éric Laurent11 diz que todos nós temos que inventar o pai que nos reconhece ou nos rejeita, de acordo com nossa particularidade. Antes, na sociedade pai-orientada, existia um Pai que distribuía e regulava o gozo e dizia o que era certo e o que era errado. Já na sociedade contemporânea, o Nome do Pai deu lugar a Nomes do Pai. Assim, temos diversas comunidades minoritárias que demandam o reconhecimento de sua particularidade.
      Freud (1916)12 considera que, frente a uma ferida narcísica, surge a reivindicação a ser exceção. Hoje, frente ao avanço tecnológico que facilita a comunicação virtual, surge o paradoxo: ser exceção entre vários, ou seja, pertencer a um grupo de iguais. Diferente e igual. Referindo-se ao poder dos fracos, Forbes13 diz que vivemos um momento da globalização em que, dada a perda da padronização dos comportamentos, as pessoas se vêem desbussoladas, sem saberem como agir e daí se juntando em grupos que se dizem fracos e minorias, mas que, na realidade, têm grande poder social. O mundo de hoje já não está estruturado com base no universal, mas em grupos e conseqüentemente o nome ‘minorias’ vai desaparecer, prevê Forbes.

“Neste momento, da globalização, onde você perde a padronização dos comportamentos, onde as pessoas se vêem mais desbussoladas, mais perdidas em relação ao que fazer, como amar, como casar, como trabalhar, como se divertir; elas acabam reforçando esse aspecto da fraqueza, se juntando em grupos. E estes grupos se querem minorias: a minoria dos gays, a minoria dos pretos, a minoria das mulheres, a minoria dos índios, enfim, minorias que se dizem fracas e, no entanto, têm muita força social.”14

      Nas comunidades do orkut, buscamos encontrar um lugar de pertencimento e no qual possamos criar laços. Um lugar de identificação.
      Zygmunt Bauman15 acredita que a questão da identidade também passa pela invenção. Para ele, a identidade “só nos é revelada como algo a ser inventado, e não descoberto; como alvo de um esforço, ‘um objetivo’ [...]”.
      Como vimos, entretanto, a sociedade contemporânea é marcada por uma fluidez e flexibilidade de estruturas sociais. Dessa forma, torna-se cada vez mais difícil encontrar estruturas rígidas nas quais se possa ancorar uma noção firme de identidade. O pertencimento a uma determinada nação, uma empresa, uma classe social ou grupo não garante mais a segurança identitária de outras épocas. “Lugares em que o sentimento de pertencimento era tradicionalmente investido (trabalho, família, vizinhança) são indisponíveis ou indignos de confiança, de modo que é improvável que façam calar a sede por convívio ou aplaquem o medo da solidão e do abandono”16.
      Desse modo, as identidades tornam-se também líquidas, fluidas. Surgem o que Bauman chama de “comunidades guarda-roupa”, cujo objetivo é fazer perdurar os problemas individuais. No orkut, temos vários exemplos dessas comunidades guarda-roupa, criadas a partir de qualquer evento específico, como um crime comovente, um assassinato em massa, uma tragédia, uma estréia de um filme ou um vídeo picante de uma celebridade que vazou na internet. Tais comunidades são criadas e duram somente enquanto o fato permaneça relevante. No orkut, as comunidades raramente são apagadas, mas acabam “morrendo” pelo desinteresse dos membros, sendo dominadas por propagandas e spams.

Quando a qualidade o deixa na mão ou não está disponível, você tende a procurar a redenção na quantidade. Se os compromissos, incluindo aqueles em relação a uma identidade particular, são “insignificantes” [...], você tende a trocar uma identidade, escolhida de uma vez para sempre, por uma “rede de conexões” [...]17

      Presenciamos essa explosão de identidades no orkut. Pesquisando o perfil dos usuários, podemos observar um amplo leque de comunidades que pretensamente os definiriam. O mesmo usuário pode fazer parte, por exemplo, da comunidade “Paulistas”, da “Publicidade e Propaganda”, da “Bruna Surfistinha” e da “Trilheiros de Moto”. Quem sabe, talvez, sejamos a soma de todas as nossas comunidades do orkut? Será que a identidade do homem contemporâneo se transformou nesse mosaico?

 O orkut e os novos sintomas da contemporaneidade

      No passado, a sociedade era pai-orientada, regida pelos valores tradicionais. Nesta sociedade, a estrutura era vertical: as pessoas se organizavam em torno da figura paterna e seus representantes é que davam identidade a um determinado agrupamento18. Os laços sociais, nesta sociedade, eram hierárquicos, verticalizados. Já na sociedade contemporânea, cuja estrutura é horizontal, presenciamos uma queda dos ideais paternos, que já não dão conta das transformações que ocorrem a uma velocidade cada vez mais vertiginosa. Hoje, os laços já não são os mesmos que antigamente: são horizontais, efêmeros e líquidos.
      Para Éric Laurent19, o declínio do ideal se acompanha das exigências do gozo. Ou seja, com a queda dos ideais paternos que sustentavam o laço social, emerge aí um real, um furo além de toda significação que angustia e dá origem a inúmeras patologias. Jorge Forbes20 nos diz que as pessoas hoje se juntam não mais pelo ideal, mas pelo sintoma. É o sintoma que nos permite fazer laço social.
      Dessa forma, é até esperado que encontremos pessoas que se reúnam, virtual ou fisicamente, para conversar sobre seus sintomas, seja se queixando ou tentando, de alguma forma, encontrar compreensão entre aqueles que consideram seus iguais.
      Um fragmento de conversa retirado de um tópico da comunidade “Timidez e depressão”, no orkut, nos chamou atenção:

Só que sempre é bom procurar ajuda de psicólogos, só que quando for, não se preocupe em contar o que for para ela, este ponto é tranquilo. Pode falar com ela sem nenhuma ressalva, como se vc tivesse falando aqui na comunidade21.

      Percebemos que as pessoas que se reúnem nessas comunidades queixam-se de incompreensão por parte da família, amigos e outras pessoas. Elas se consideram diferentes por serem “depressivas”, mesmo que não tenham sido diagnosticadas como tal por um médico. Dessa forma, sentindo-se diferentes do resto do mundo, procuram companhia entre os seus “iguais”, outras pessoas que, também sofrendo de sintomas depressivos, possam compreender seu sofrimento.
      Jorge Forbes22 nos aponta a existência de uma grande linha representativa do atual relevo social, que ele chama de tese harmônica, pois acredita na possibilidade de harmonia entre o homem e a civilização. “Nessa vertente harmônica, é lógico esperar que se valorize o conhecimento dos iguais, imaginando que estes não necessitam da intermediação do saber para compreender”.23 Assim, o homem entende o homem, a mulher entende a mulher, o depressivo entende o depressivo, a bulímica entende a bulímica. Forbes nos diz que “estamos no tempo em que o igual entende, trata, é solidário ao igual”24.
      Tal perspectiva é alimentada pela psiquiatria moderna, que, ao contrário da psicanálise, dá pouca importância para o conteúdo dos sintomas, excluindo as particularidades do paciente. Este é considerado portador de um transtorno ou distúrbio pelo qual é inteiramente irresponsável, ou seja, que nada tem a ver com ele ou com seu desejo. Dessa forma, trata-se apenas, para a medicina, de enquadrar o paciente em uma categoria diagnóstica, de acordo com seus sintomas, e medicá-lo de acordo com o bom senso.
      Assim, temos hoje diversas pessoas que se acreditam portadores de algo que as faz diferentes do resto da humanidade, ou ao menos diferentes das “pessoas normais”, e portanto, nada lhes resta a não ser aceitar esse diagnóstico, resignando-se e esperando que um dia a medicina os livre desse mal. “Ah... como eu seria feliz se não fosse...”.
      Pesquisando em determinado tópico, na comunidade “Timidez e depressão”, encontramos pessoas trocando entre si receitas para “não se apaixonar”. Como por exemplo, se afastar da pessoa quando perceber que está começando a se apaixonar. Segundo algumas pessoas que postaram, uma das grandes causas da depressão são os relacionamentos amorosos, as decepções românticas. A paixão seria um sentimento inútil, que só atrapalharia a vida e traria sofrimento. Entretanto, “curiosamente”, as opiniões entre os “iguais” também divergem: alguns acreditam que é preferível ficar em depressão devido aos sentimentos a ter uma vida vazia. Outros preferem ter uma vida vazia e sem depressão a sofrer por alguém. “É cruel isso, sermos obrigados a viver sem conseguir se adaptar a tudo” (Fragmentos de relatos retirados da comunidade “Timidez e Depressão”, no orkut).
      Jorge Forbes25 nos diz que a queixa é o motor da união dos grupos: quem tem uma queixa sempre encontra um parceiro. “A causa primordial de toda queixa é a preguiça de viver. Viver dá trabalho, uma vez que, a cada minuto, surge um fato novo, uma surpresa, um inesperado que exige correção de rota na vida”.26
      Assim, é mais fácil, dolorosamente mais fácil, se reunir em uma comunidade virtual para se queixar da própria vida e buscar obter um pouco de compaixão de pessoas que são igualmente ou mais infelizes que você. Forbes, trabalha a questão da desautorização do sofrimento prêt-à-porter, frente ao que ele chama vírus RC - resignação / compaixão. “Ao desautorizar o sofrimento pronto para vestir, é exigida a responsabilidade de cada um sobre o encontro e a surpresa. Mas, o que fazer frente aos bons e maus encontros? Por ambos temos que nos responsabilizar.”27
       Vivemos em uma sociedade sem padrões estáveis de comportamento, o que faz com que, frente às múltiplas escolhas oferecidas, o sujeito se acovarde e apareça a angústia. Para Jorge Forbes, “é nesse momento que surge o amigo, aquele que pode não acabar com a solidão, mas suportá-la com você [...] Para as pessoas não enlouquecerem, é necessário a presença do amigo”28 (p. 8).

“A amizade será o afeto mais importante desta nova era, a era da globalização.” .... “Mesmo Narciso precisa do outro. Mesmo se isso fosse verdade, o narcisista precisa encontrar outras pessoas. Não acho que a pós-modernidade leve à individualidade. Ela leva, sim, à singularidade. Leva a um homem multifacetado, complexo, pronto a diversas circunstâncias.” .... “Agora, quando falo sobre os participantes de uma festa de música eletrônica, as raves, o que posso dizer sobre o que os une? Eles repartem uma presença, não um sentido comum.”29

      As comunidades do orkut são uma tentativa de se fazer amizade, de estabelecer laços com outras pessoas que ajudem o sujeito a suportar sua angústia. Trata-se de uma amizade virtual. São ligados por um mal-estar comum, não por um ideal ou por uma causa. Os novos sintomas da globalização. As pessoas se unem por uma presença, uma identificação, comunidades que expõem a sua singularidade. Uma singularidade que poderia ser tratada como a psicanálise propõe, lidando com os medos, com os fantasmas, com a insegurança e transformando esse gozo, esse sintoma em algo novo, responsável. (ibid)
      A dinâmica dessas comunidades deve ser recordada. As pessoas podem falar livremente o que quiserem e como quiserem, que sempre terá alguém para escutá-las. Há atualmente um “centramento na satisfação da palavra. Uma satisfação em falar e escutar”30. Miller nos lembra que o fato de sermos escutados tampona nosso mal-estar, ou seja, “põe uma rolha em nossas reivindicações, e é simplesmente uma prática ao tornar comandado pelo princípio – “pode falar, pode falar não tem problema, vai, fale que está me interessando” ”31.
      O orkut poderia funcionar como esta rolha. Afinal, hoje em dia qualquer invasão do real “pede uma palavra doadora de sentido”32. Há uma urgência em não se criar traumas e uma exigência em se “possuir meios de tamponar pelo sentido, pelo meio da escuta” (ibid).

De nada serve negar que o nome de depressão é doravante, desde aproximadamente um quarto de século, um significante socialmente avalizado, que tem valor, que tem curso no laço social, e que permite, haja o que houver, aos sujeitos de referenciar seu mal-estar. É um significante em circulação33.

      Parece-nos que as pessoas que se envolvem nessas comunidades do orkut estão criando uma identidade em torno da depressão. Elas não buscam um ideal, nada que as norteiam, tampouco não possuem uma motivação única. Ao serem questionados qual a razão de estarem deprimidos, cada um traz um motivo diferente, algumas vezes mesmo, oposto ao de outro membro. Uns, por exemplo, dizem-se depressivos por nunca terem se apaixonado, outros por se apaixonarem demais. Uns por não terem oportunidades na vida, outros por terem demais.
      Há uma satisfação quando a fala perde o sentido. Ao ler esses escritos, parece-nos um non-sense: as pessoas falam como se o outro não estivesse ali, como se não houvesse um diálogo ou como se as respostas não condissessem necessariamente com uma dada pergunta. Em boa parte das vezes, não há uma interação; o que ocorre é de natureza narcísica.
      Essas pessoas se sentem excluídas, alegando que a sociedade não lhes oferece uma escuta, como se elas mesmas não tivessem nada com isso. Será que elas querem mesmo sair dessa situação? Será que elas querem mesmo uma saída? Que saídas? Ou será que elas querem continuar no gozo, mergulhadas na queixa?

A depressão em Psicanálise

      A depressão caracteriza-se, segundo Serge Cottet, por três fatores: apresenta lentificação motora; é uma doença geralmente compartilhada, portanto compreensível aos fenomenólogos; favorece o tamponamento da angústia pela impotência e pela queixa. Ele considera que a depressão “não é um afeto, no sentido de um deslocamento simbólico, mas o resultado de uma devastação simbólica”. Cottet lembra que Freud caracteriza a depressão como “um desinvestimento do mundo exterior – é o campo do Outro que está em causa.” Considera que na neurose, quando ocorre uma perda há “uma desestabilização dos significantes no Outro, um buraco no Outro que inaugura a série luto, dor, inibição, depressão.”(p. 59)34 Bogochvol refere-se à depressão neurótica como a expressão de uma experiência de separação.
      O sujeito refere-se ao que ocorre com ele, mas através de palavras vazias e repetitivas. Segundo Berenguer, o destino injusto do qual o paciente se queixa é uma conseqüência de suas escolhas. Ele considera a eficácia da retificação subjetiva em casos de depressão, de modo a separar o sujeito de seu gozo mortífero e paralisante. A análise é orientada para tirar o sujeito dessa queixa sem fim, de modo que ele se responsabilize pelo seu desejo. Esse horizonte de palavra vazia é paradoxalmente um terreno sobre o qual a intervenção do analista pode ter efeitos importantes.
      Na depressão melancólica, “o sujeito se identifica ao buraco que falta no Outro”, portanto, o buraco é no eu e “o suicídio é sem apelação, ele não apela ao Outro, pois visa completá-lo no real.” (ibid, p. 64). Para Bogochvol, não há o elemento que leva à perda; há uma falta do significante que organiza e permite metaforizar a perda. O sujeito se identifica com o objeto perdido (S=a). Podemos dizer que o luto é o encontro com a castração e a melancolia é o encontro com a foraclusão.35
      Um terceiro tipo de depressão seria o do final de análise, não uma depressão caracterizada como uma doença, mas como momentos depressivos. Lacan diz que estes momentos “não são reveladores de estrutura”, são “de passos que testemunham uma travessia e não uma posição terminal ou instalada. É a razão pela qual o efeito depressivo pode ser autenticado no passo por excelência que é o passe.” (ibid, p. 66)
      Éric Laurent36 nos fala da particularidade do efeito da psicanálise sobre a depressão, que pode ser melhor avaliado a partir da experiência do final de análise. Segundo o autor, a psicanálise luta contra a depressão e o tédio, levando o sujeito a considerar que na subjetividade contemporânea sempre haverá furo no Outro. A análise permite ao sujeito isolar “as figuras de sua alienação, todas as identificações que ele foi para o Outro, as marcas, as máscaras pelas quais pôde nomeá-lo” (ibid, p. 88). Laurent refere-se ao primeiro ensino de Lacan, em que, no final da análise, ao invés de ficar em silêncio, o sujeito continua a falar a todos os pequenos outros que representaram nele as figuras do Outro, mas agora para fazer reconhecer sua subjetividade criadora.
      Laurent nos diz que, face à melancolia e ao tédio que permeiam a subjetividade contemporânea, Lacan opõe a via psicanalítica: isolar o particular e não deixar outra saída que não seu reconhecimento no universal.
      O final de análise faz surgir o riso que está ligado à apresentação de como, no cerne da civilização, a particularidade vem cavar um buraco. “É aí que vamos encontrar esses afetos do riso e do entusiasmo que vêm marcar a luta radical do psicanalista contra a depressão [..]” (ibid, p. 91). Laurent nos diz que a elaboração de análise não se dá somente no momento do passe, mas por toda a vida. Ele ressalta que a posição do psicanalista não é necessariamente uma posição depressiva, pois se trata da via de comunicar o riso e o entusiasmo aos outros.

Considerações finais

      Será que no orkut se trata de diálogos ou de monólogos articulados? A sua própria natureza já envolve uma conversação que nunca tem fim, que não conclui. Um tópico abandonado há meses pode ser “ressuscitado” por uma nova postagem, que dá um novo rumo ou um novo sentido ao que foi dito anteriormente.
Os monólogos articulados, numa rave, por exemplo, são que permite que as pessoas estejam juntas e sós ao mesmo tempo, sem a necessidade de compreensão, cada um na sua. Trata-se de um novo amor, pode-se ser amigo de alguém sem precisar compreendê-lo37.
      O que vemos nas comunidades de depressão é justamente o contrário. As pessoas se juntam em torno do significante e da identidade de deprimidos. O membro da comunidade acredita que todos lá sentem a mesma coisa que ele, portanto o compreendem. Ele vai buscar compreensão entre os seus "iguais". É justamente o contrário dos monólogos articulados, porque as conversações, mesmo que às vezes se assemelhem a monólogos, estão fundamentadas numa identidade imaginária que reúne essas pessoas.
      Jorge Forbes nos diz que a psicanálise oferece uma outra saída a essas pessoas. Ao invés de ficarem se queixando da vida, responsabilizarem-se pelo seu sintoma.
      Parafraseando Lacan que diz que a depressão é uma covardia moral, Berenguer considera a depressão como uma má leitura do impossível que está em jogo. Tornar a situar o sujeito diante de um trabalho para uma solução que leve em conta os seus verdadeiros recursos, não os do ideal, que são semblantes, pode ter por si só um efeito terapêutico.  
      Para que o discurso da loucura, que circunda a contemporaneidade - era da ciência - possa ser escutado, diz Laurent38, cabe a nós, psicanalistas, dar-lhe voz. Para isso, além de trabalharmos com o caso a caso, em sua singularidade, também temos responsabilidade em denunciar o engano da avaliação, da ideologia de tradução da psicanálise em neurociência, do paradigma problema-solução, já que a psicanálise lida com o real. É nesse sentido que o IPLA orienta a programação do Corpo de Formação, realiza as Domingueiras, participa da Clínica de Psicanálise do Centro de Estudos do Genoma Humano – USP, promove Jornadas, Conversações e Fóruns.

Referências bibliográficas:

BAUMAN, Zygmunt. “Identidade”. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.

BERENGUER, ENRIC. “Depresíon y cobardia moral”.
http://www.wapol.org/es/archivo/TemplateImpresion.asp?intTipoPagina=2&intEdicion=2&intIdiomaPublicacion=1
&intArticulo=574&intIdiomaArticulo=1&intIdiomaNavegacion=1

BOGOCHVOL, Ariel. Núcleo de Estudos de Psicopatologia e Psicanálise – NEPPSI, maio 2007.

COTTET, Serge. “A bela inércia - Nota sobre a depressão em Psicanálise”. In: Estudos Clínicos – Transcrição 4, Salvador: Fator, 1988, p. 49-68.

FOLHA DE SÃO PAULO. Caderno A2, 05 de setembro de 2007.

FORBES, Jorge. Aula inaugural do Seminário “A clínica como ela É – DESAUTORIZANDO O SOFRIMENTO”. Centro de Estudos do Genoma Humano, 10 de setembro de 2007.

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Referências:


1 FORBES, Jorge. “Euforia depressiva” [online]. Disponível na Internet. URL: http://www.jorgeforbes.com.br/br/contents.asp?s=23&i=34

2 LACAN, Jacques. “Televisão”. In Outros Escritos, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003, p. 508-543.

3 FORBES, Jorge. Ibid.

4 http://www.orkut.com/About.aspx

5 FOLHA DE SÃO PAULO. Caderno A2, 05 de setembro de 2007.

6 BAUMAN, Zygmunt. “Identidade”. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.

7 Ibid., p. 76

8 HOUAISS. “Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa”. Objetiva, 2002.

9 UENO, Michele Hidemi. “Psicanálise e Ciência: algumas articulações”. Mesa redonda: Psicanálise e Ciência: novos laços? Apresentada na 1ª Jornada de Trabalhos do Núcleo de Pesquisa de Psicanálise e Educação da Faculdade de Educação da USP e do Núcleo de Pesquisa de Psicanálise e Educação do Instituto da Psicanálise Lacaniana – IPLA, “Novos Usos da Psicanálise na Educação”, FEUSP – SP, 2004.

10 MILLER, Jacques-Allain. “O lugar e o laço” – aula 14, 2001.

11 LAURENT, Éric. “Um Novo Amor ao Pai”. In: Opção Lacaniana, n. 46, 2006, p. 20-29

12 FREUD, Sigmund (1916). “Alguns tipos de caráter encontrados no trabalho psicanalítico (I) A s ‘exceções’”. In: Edição Standard Brasileira das Obras Completas, Vol. XIV, Rio de Janeiro: Imago, 1974, p. 352-356.

13 FORBES, Jorge. “Saia Justa” – Programa de TV, canal GNT, 4 de julho de 2007.

14 Ibid.

15 BAUMAN, Zygmunt. Op. cit. p. 19-20.

16 Ibid, p. 37

17 BAUMAN, Zygmunt. Op. cit. p. 37.

18 FORBES, Jorge. “O mundo mudou”. In: Livraria Cultura News. n. 144, p. 2-3.

19 LAURENT, Éric. “A Sociedade do Sintoma: a psicanálise hoje”. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria, 2007, p. 170.

20 FORBES, Jorge. “Psicopatologia na contemporaneidade” - aula ministrada ao Corpo de Formação em Psicanálise, IPLA, agosto 2007.

21 Comunidade “Timidez e Depressão”, no orkut: http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=66880&tid=2549673435100260959

22 FORBES, Jorge. “As novas formas do sintoma”. In: Você quer o que deseja? Rio de Janeiro: Best Seller, 2003, p. 187.

23 Ibid.

24 Ibid., p. 187.

25 FORBES, Jorge. “Basta de queixas”. In: Você quer o que deseja? Rio de Janeiro: Best Seller, 2003, p. 9-10.

26  Ibid., p. 10.

27 FORBES, Jorge. Aula inaugural do Seminário “A clínica como ela É – DESAUTORIZANDO O SOFRIMENTO”. Centro de Estudos do Genoma Humano, 10 de setembro de 2007.

28 FORBES, Jorge. “Vivemos em uma sociedade de riscos”. A Tribuna, Ano 3, número 115, 2007, p. 6-10.

29 Ibid.

30 MILLER, Jacques-Allain. “O lugar e o laço” – aula 5, 2000.

31 MILLER, Jacques-Allain. “O lugar e o laço” – aula 1, 2000.

32 MILLER, Jacques-Allain. “O lugar e o laço” – aula 3, 2000.

33 MILLER, Jacques-Allain. “O lugar e o laço” – aula 14, 2001.

34 COTTET, Serge. “A bela inércia - Nota sobre a depressão em Psicanálise”. In: Estudos Clínicos – Transcrição 4, Salvador: Fator, 1988, p. 49-68.

35 BOGOCHVOL, Ariel. Núcleo de Estudos de Psicopatologia e Psicanálise – NEPPSI, maio 2007.

36 LAURENT, Éric. “A luta da psicanálise contra a depressão e o tédio”, Opção Lacaniana, n. 21, 1998, p. 88-91.

37 FORBES, Jorge. “Geração Mutante”. In: Você quer o que deseja? 4ª ed., São Paulo: Editora Best Seller, 2004, p. 24-28.

38 LAURENT, Eric. “Palabras de apertura de las IV Jornadas de la Nueva Escuela Lacaniana”Vídeo conferência entre París e Guayaquil, 27 de outubro de 2006. Comunidad Virtual Russell.