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SAMPARIOCA Um pequeno encontro clínico de psicanalistas do Rio e de São Paulo, em torno ao ensino de Jacques Lacan. ********************************************** Promovem: Data: sábado, 28 de junho de 2008, das 9h às 19h.
A ação do Analista no século XXI, nos múltiplos lugares onde ele a exerce. Há uma diferença notável entre o lugar do analista no discurso analítico, e os lugares possíveis para a ação analítica. É porque o analista é uma invariante do Real, que ele pode multiplicar seus usos, que pode mesmo ser “multiuso”. É o que faz da clínica lacaniana do Real a melhor parceira de uma sociedade líquida, que requer dispositivos clínicos flexíveis e redes intercambiáveis de produção e circulação do saber do analista, mais apropriados à política do ato analítico nessa nova e complexa topologia do sujeito e do laço social. Esse encontro testemunha o enlace dessas três dimensões: clínica, epistêmica e política na prática efetiva de psicanalistas que trabalham no Rio e em São Paulo. Vamos poder verificar como esse analista, invariante do Real, é afetado em sua prática pela geografia de sua cidade. 9h00 - Café de boas vindas 9h30 – Efeitos da Ausência de Pai e Mãe 10h30 – O Portador de Doença Degenerativa e seu Analista Multiuso 12h – Parentalidade: Adolescência e Ato Infracional 13h – almoço 15h – Efeitos da Psicanálise em uma Instituição Psiquiátrica Universitária 16h – Cheias de Amor! A Clínica Psicanalítica da Obesidade 17h - Café 17h30 – Na Clínica–Escola: O que cada Caso Ensina? 18h30 – 19h15 – Debate geral e Conclusões Coordenação Geral: Jorge Forbes (SP) E Tania Coelho dos Santos (RJ) ************************************************************************* RESUMOS
Trata-se de dois casos de meninos infratores, recebidos na IV Vara da Infância e da Juventude de Teresópolis. Propomos uma comparação quanto à incidência da carência parental na estruturação psíquica dos sujeitos. O propósito é verificar como duas crianças que na mesma idade perderam o pai por morte, a mãe por abandono e foram acolhidas pela família paterna, estruturam-se diferentemente, um ao modo da neurose e o outro da psicose. O trabalho contribui para precisar o que seja a função paterna no último ensino de Lacan, remetendo seus efeitos mais importantes ao campo da sexuação. O Portador de Doença Degenerativa e seu Analista Multiuso Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar? A voz do povo não é a voz de Deus quando se considera a maioria dos trinta portadores de doenças degenerativas que foram acolhidos na Clínica de Psicanálise do Centro de Estudos do Genoma Humano – USP, desde setembro de 2006. Pobres, pouco escolarizados, com dificuldade de acesso a recursos alternativos, reagiram ao diagnóstico recebido com depressão, pensamentos suicidas, apatia, mutismo, desinteresse pelo tratamento médico. Tendem a se confinar nos limites do corpo que julgam perder para a doença. O que aprendemos ao tratá-los? As lições do Real. Um corpo que falha interpreta o psicanalista e o instiga a reinventar a psicanálise. O impele a se refundar, multiuso. Parentalidade: Adolescência e Ato Infracional Trata-se do caso de um jovem de 15 anos envolvido com o roubo de um colar. Seu pai foi preso quando ele tinha 8 anos por latrocínio. Sobre esse ato do pai a família silencia. O ato infracional surge como uma resposta do real diante das exigências pulsionais da sexuação na adolescência. Do pai, o adolescente não recolhe senão suas relações conflitivas com a lei. O apelo ao pai encontra na intervenção do juiz uma resposta que sob a forma de medidas sócio-educativas apazigua a culpabilidade. O caso nos permite circunscrever o circuito do ato infracional no campo do acting-out, revelando seu valor de inscrição da diferença sexual tanto no que se refere à escolha de objeto quanto à identificação viril. Efeitos da Psicanálise em uma Instituição Psiquiátrica Universitária Cheias de Amor! A Clínica Psicanalítica da Obesidade Esse caso de obesidade mórbida serve para testemunhar um impasse irredutível dessa clínica. A localização do gozo no corpo é uma poderosa suplência ao fracasso da metáfora paterna. Na clínica com mulheres afetadas por esse transtorno verificamos que, freqüentemente, a obesidade não é um sintoma, um problema a ser resolvido e sim uma solução. Não é raro que uma psicose melancólica oculte-se sob uma história de vida marcada pelo excesso de amor e a decepção. É bastante comum que esse amor não seja o resto erotômano da relação da mulher com o phallus mas, verdadeiramente, uma modalidade de amor fora do sexo. Na Clínica-Escola: o que cada Caso Ensina? A Clínica-Escola trabalha com dispositivos clínicos flexíveis, próprios à clínica do real. Promove, do lado da pessoa que a procura, o encontro com o analista. Do lado do analista em formação, o que o caso ensina? Como tocar o corpo e o tempo. Ensina sobre a marca que a experiência analítica deixa no analisante, diferenciando um antes e um depois. Ensina sobre a transferência coletiva e institucional. E ensina mais.
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